sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Soneto da separação

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

Vinícius de Moraes



2 comentários:

  1. SEPARAÇÃO = DOR
    Dor é parte da vida, depois que passa, o alívio chega, e tudo recomeça.

    Beijos em versos!!!

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  2. Obrigado Amanda.....realmente tava mal com a dor da partida, mas as coisas sempre dão certo quando se tem fé e quando se planta amor.
    Adorei seu comentario.Bjkinhas no coração.

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